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terça-feira, 13 de junho de 2023

Arranjos e Características de Subestação HVDC, SE-Araraquara 2, Araraquara-SP

 A subestação HVDC de Araraquara é composta pelas seguintes partes: 

  1. Pátio AC de 500kV, e filtros AC, e arranjo disjuntor e meio;
  2. Casa de Válvulas, filtragem Snnuber e Inversão DC/AC;
  3. Pátio DC, onde é recebido a linha de transmissão da Conversora de Porto Velho-RO.
   A subestação Inversora, complementa a subestação Conversora, pois a energia AC (corrente alternada) é convertida em DC (corrente contínua) e transmitida da Conversora para Inversora.
 Veja o vídeo explicativo da SE PV, Porto, Velho Rondônia.



Por que transmitir em corrente contínua?

   Porque a alta tensão transmitida dessa forma tem perdas muito baixas, não necessitando de caros sistemas de compensação, para se ter uma ideia, de 3000MW transmitidos, a perda é menor ou igual a 100MW, então é interessante ambientalmente e economicamente falando.

   Configuração da planta DC/AC de Araraquara, modo simplificado na figura 1:

Figura 1: 

   Na figura 1, temos um esquema simplificado mostrando o Pátio DC da subestação mostrando o Pátio AC das subestações Retificadora (Porto Velho - RO) e Inversora (Araraquara - SP).

   No Pátio DC, temos a configuração de comandos de secc e djs, (onde secc= seccionadora e djs= disjuntores) que liberarão 600kVDC gerados em Rondônia, Porto Velho para Araraquara-SP. Nestas subestações no Pátio DC, temos o controle de potência da carga a ser entregue entre as subestações, que podem ser usadas em configurações monopolar bipolar, retorno de terra e retorno metálico, como veremos mais a diante. 

 Assistam um vídeo explicativo dos trafos monofásicos conversores das válvulas, eles fazem a entrega do DC convertido ao pátio AC.




   No Pátio AC, a energia DC transmitidas é convertida em AC e liberada pelos 12 trafos (transformadores) monofásicos de potência, sendo que em ambas sugestões, é possível inverter o ciclo energético, podendo inverter DC/AC e retificar ou converter AC/DC.

  •    Configuração do Pátio AC, ARA2: 
   No Pátio AC da subestação, temos a configuração do arranjo dos dispositivos, classificada como disjuntor e meio. 

   A Figura 2 abaixo, retrata o esquema do Pátio AC e filtros correspondentes, FH11, 21, 31 e 41, além dos Shunts C221, C121, C321.

   Os filtros têm a função de eliminar harmônicos gerados na inversão DC/AC e os Shunts são acionados para compensar a tensão AC. 

 Temos a ligação para os trafos que controlam as válvulas dos polos 1 e 2 

Figura 2:

  Observando, a figura 2, vemos a disposição e configuração das seccionadoras e disjuntores, no arranjo disjuntor e meio, FH31 e C321 são pendurados no Vão O (bay), no espaço controlado por dj1262 e dj1270. FH41 é pendurado entre os disjuntores (dj) 1270 e 1272, no mesmo bay O. 

   Os filtros e shunt FH11 e C121 são pendurados no bay N, no espaço controlado pelos djs 1242 e 1250; FH21 e C221 estão pendurados no mesmo bay M, no espaço controlados pelos djs 1250 e 1252:

  • Dj. 1264-1 controlada FH31;
  • Dj. 1267-2 controlada C321; 
  • Dj. 1244-1 controlada FH11;
  • Dj. 1244-2 controlada C121;
  • Dj. 1274 controlada FH41; 
  • Dj. 1257-1 controlada FH21;
  • Dj. 1257-2 controlada C221; 

   O polo 01 está pendurado no espaço controlado pelos djs 1102 e 1190, tendo redundância de alimentação pelo dj 1192.
   Já o polo 2, está pendurado no espaço controlada pelos djs 1162 e 1170 tendo redundância de alimentação pelo dj 1172. 
   Nas barras da subestação estão a energia entregue para o sistema interligado, controladas por FURNAS e State Grid.
  • Funções dos filtros AC: FH11, 21, 31 e 41, filtram os transientes AC e harmônicos, evitando desequilíbrio na rede AC entregue ao sistema interligados de potência. 
   O caso dos shunts capacitivos C121, 221 e 321, corrigem, filtram e nivelam o nível AC de tensão.
  • Tipos de configuração dos polos:
   Na transmissão DC, temos os seguintes tipos de configuração dos polos: 
  1. Monopolar;
  2. Bipolar;
  3. Retorno de Terra;
  4. Retorno Metálico.
1. Monopolar é a configuração feita pelo polo 1 ou 2 de cada estação (ARA e PV): 
ARA = Subestação Araraquara;

          PV = Subestação de Porto Velho;

Veja a Figura 3:

Figura 3 configuração monopolar com retorno de terra.

2. Bipolar é a configuração feita por ambos os polos das estações (ARA e PV). Podendo ser interligado com mais bipolo para transmissão máxima de 6GW.  Cada polo interestações gera cerca de 1,5GW de potência. 

   Na figura abaixo, é ilustrada essa configuração:

Figura 4:

  Configuração bipolar com terra local. Ambas as estações estão sincronizadas com o aterramento local, do eletrodo da estação.

  Os polos usam a conversão de energia nas válvulas tiristores com o esquema  de 12 pulsos.

3. Retorno de Terra, nessa configuração o circuito entre os polos é fechado sendo ancorado ou referenciado no eletrodo de terra de uma das estações, - Muito comum ser - usado em configuração monopolar e bipolar.

Veja a Figura 3, citada anteriormente.

4. Retorno Metálico, é uma operação monopolar com o caminho de retorno de corrente pela estação. O lado de ARA, o neutro está aterrado. 

Veja na Figura 5:



   Essas configurações são feitas nas ligações das seccionadoras e disjuntores de ambas as estações, obedecendo ao procedimento do fabricante.

   Na figura 6, abaixo, no lado direito, temos a configuração dos Pátios DC de ambas as subestações e os detalhes das seccionadoras e disjuntores do sistema do bipolo de ambas as estações.

  Essas configuração de seccs e djs, formam a interligação de bipolo com retorno de terra ou aterramento das estações. Vejam os dispositivos fechados:

  • Configuração Bipolar: PV, fechados: 2117, 2102, 2127, 2119, 2121, no P1; 2219, 2221, 2217, 2225, 2202, 2506, 2515, no P2; ARA tem os mesmos djs e seccs acionados para P1; fechados: 2221, 2219, 2202, 2511, 2515, 2217, 2227, no P2. O que não foi citado, está aberto ou bloqueado.

  • Configuração Monopolar (P1): PV, fechados: 2102, 2119, 2117, 2127, 2506, 2515; ARA, fechados: 2127, 2117, 2102, 2119, 2511, 2515.
  • Configuração Monopolar (P2): PV, fechados: 2202, 2219, 2221, 2506, 2515, 2217, 2227; ARA, fechados: 2515, 2511, 2219, 2202, 2217, 2227.
  • Retorno Metálico (P1): PV, fechados: 2102, 2119, 2121, 2127, 2117, 2506, 2515, 2504, 2223, 2227; ARA, fechados: 2127, 2117, 2102, 2121, 2119, 2511, 2515, 2227, 2223.
  • Retorno Metálico (P2): PV, fechados: PV, fechados: 2515, 2506, 2219, 2221, 2504, 2202, 2217, 2227, 2123, 2127; ARA, fechados: 2127, 2123, 2117, 2102, 2121, 2119, 2511, 2515.
  Muito importante a transmissão ser priorizada, ou seja, chaves 2127 e 2227 de ambas estações são fechadas primeiro.
   Em seguida, o aterramento deve ser estabelecido e assegurado pelo eletrodo, ou via dj NGBS, se houver uma falha no fechamento do eletrodo, apenas observando que o uso de NGBS ativo será por 30 minutos em potência baixa de transmissão.
   Garantidas as condições citas acima, fechasse as chaves relativas aos polos e manobra-se o Pátio AC para atingir a condição RFO (pronto para operação) e RFE (pronto para energizar, pelos em serviço).
   Nos próximos textos, explorarei mais os detalhes das chaves terra das válvulas, tecnologia dos tiristores, sistemas de combate a incêndio da estação e supervisório de controle. 
 Apresento um vídeo sobre a sala de válvula do polo 2 de Araraquara, com alguns detalhes de funcionamento, filtragem e potência.



 Até mais e abraços à todos! 
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